14 de abril de 2011

A África e o cinema

O seguinte é um trabalho meu do curso de História
 
Renato Ribeiro Pompeu – RA 1052390


HISTÓRIA E CULTURA EM TELA:

A HISTÓRIA DA ÁFRICA CONTADA

PELA SÉTIMA ARTE

Centro Universitário Claretiano

Curso de História – 1.o ano

Disciplina: História da África

Polo de São Paulo


2010

Exigências do trabalho de prática:



Pedimos que você realize uma prática com as seguintes ca¬racterísticas:

1ª Etapa

Nesta etapa você fará duas pesquisas:

A primeira pesquisa é a cinematográfica. Assistir aos filmes e analisá-los a partir dos elementos apontados no caderno de prática. Você poderá assistir a vários filmes e selecionar trechos que podem ser assistidos, debatidos, analisados e trabalhados em sala de aula. Dependendo do tema que o grupo escolher, pode ser uma ou mais obras cinematográficas.

Faça uma pesquisa minuciosa sobre a história retratada no filme e estabeleça a relação com os conteúdos estudados ao longo da disciplina História da África. O grupo deverá analisar o passado e o presente do país ou região que servem como cenário para o desenvolvimento da narrativa cinematográfica.



Primeira pesquisa



Os filmes escolhidos foram “Amistad” (1997), “Sarafina” (1993) e “Um grito de liberdade” (1987). O primeiro, “Amistad”, uma produção americana, dirigida pelo famoso cineasta Steven Spielberg, retraça a história real de um navio negreiro espanhol, justamente chamado “Amistad”, que em meados de 1839 levava escravos de um ponto de Cuba, então colônia espanhola, para outro ponto de Cuba. Esses escravos haviam sido trazidos de Serra Leoa, então colônia britânica, por um navio português.

Ocorre uma revolta e os escravos assumem o comando do navio e tentam levá-lo rumo à África, mas são capturados por um navio de guerra americano e levados para uma prisão em terra em território dos Estados Unidos. Entram com ações na Justiça americana, alegando cada um serem os escravos de sua propriedade, os donos do navio espanhol, a Coroa espanhola, e dois empresários de Cuba que alegam terem comprado os escravos.

Instaura-se um processo, com os queixosos representados pela promotoria, num tribunal federal americano. Os escravos são defendidos por advogados ligados ao movimento abolicionista, que porém não podem se comunicar com seus clientes, que falam uma língua desconhecida. Os defensores descobrem, entretanto, que uma lista dos nomes cristãos dos negros, apresentada como prova de que eram escravos, era na verdade uma lista dos negros embarcados na Serra Leoa em um navio português. Aprendem algumas palavras da língua desconhecida e viajam para a Serra Leoa, onde descobrem que aquela língua era o mandê e acham ainda um intérprete de mandeê

Assim, de volta aos EUA, os advogados podem apresentar como testemunha um líder dos negros, que narra como ele e seus companheiros eram livres em Serra Leoa, mas haviam sido capturados por traficantes também negros que os venderam aos portugueses. Isso era muito importante, porque nos EUA da época só podia ser escravo quem nascesse filho de escravo, pois o tráfico já havia sido proibido pelas leis americanas e negros nascidos livres não podiam ser escravizados.

A defesa vai ganhando a causa, mas os queixosos vão recorrendo de instância em instância até a Suprema Corte, que sentencia definitivamente a liberdade dos negros.

Os outros filmes são mais fáceis de resumir. “Sarafina”, uma coprodução franco-britânica, se passa na África do Sul nos tempos do apartheid. Sarafina é uma jovem aluna do secundário que sonha em ser atriz e cantora; mora em uma comunidade negra segregada e empobrecida, saindo às vezes para a chique zona branca em que a mãe trabalha como empregada doméstica. Tem como professora uma militante pacifista negra da resistência ao apartheid, que foge do currículo imposto pelas autoridades brancas e procura despertar nos alunos a consciência de sua própria história. Entre os colegas de Sarafina há alguns que incendeiam escolas e lideram boicotes a empresas brancas. A professora é presa e morre na prisão, segundo a polícia branca, por se ter suicidado. Sarafina participa do linchamento de um policial negro que colabora com os brancos, mas logo se arrepende. Participa também de uma manifestação contra o apartheid em que colegas seus são mortos a tiros pela polícia branca. Daí adere à militância pacifista. O filme, povoado de cânticos e danças, é quase um musical no estilo clássico.

Já “Um grito de liberdade” é uma produção americana que também se passa na África do Sul nos tempos do apartheid e narra uma história real, a da amizade entre um editor de jornal de origem inglesa, contrário ao apartheid, e Steve Biko, um militante negro contra o apartheid que procura despertar a consciência de seus semelhantes, organizando por exemplo uma clínica comunitária e um salão recreativo comunitário ativados só por negros e dirigidos só ao público negro. Biko se encontra confinado pelas autoridades brancas em uma zona da qual não pode legalmente sair, mas da qual sai clandestinamente para continuar sua militância pacífica.

O editor do jornal, sem conhecer Biko, o acusa num editorial de ser um racista antibranco, tão nocivo quanto os brancos racistas antinegros. Biko, indignado, porque sempre pregou uma África do Sul em que negros e brancos fossem iguais, manda chamar o editor para um encontro pessoal. Convencido em seguida de que Biko não é contra os brancos, mas contra o apartheid, o editor passa a acompanhá-lo em suas atividades clandestinas, até que Biko e preso e morre sob tortura, com a polícia branca afirmando que ele morreu de greve de fome. O editor consegue mandar fotografar o corpo de Biko com marcas de torturas e sai clandestinamente do país, com sua família e as fotos, que divulga na imprensa internacional.



Esses filmes permitem discutir duas vertentes da presença ocidental na África. De um lado, o sequestro de milhões de negros africanos escravizados nas Américas e a resistência deles contra a escravidão. Algumas cenas a serem mostradas de “Amistad” seriam de antes da rebelião: os escravos amontoados no porão, acorrentados no convés, açoitados, fazendo os trabalhos mais duros do navio, comendo rações de fome, ficando doentes e os doentes sendo jogados ao mar, morrendo afogados, para não contaminarem os demais. Isso documentaria a maneira pela qual os ocidentais se comportavam em relação aos escravos. Outras cenas: a rebelião, o depoimento do líder no tribunal – com isso ficando documentada a resistência, legal e ilegal, violenta e pacífica, dos negros à escravidão, assunto pouco tocado nos currículos escolares brasileiros. Finalmente, uma breve cena sobre a captura de negros por negros, para que isso seja registrado.

Na outra vertente, outro tipo de brutalidade dos ocidentais contra os negros africanos: a colonização por brancos de territórios dos quais os negros são expulsos, que levou ao apartheid na África do Sul – e outro tipo de resistência negra, a desobediência civil, a par da luta armada. Seriam exibidas cenas de “Sarafina” e “Um grito de liberdade” que documentariam o apartheid, como a segregação que dividia os brancos dos bairros ricos e os negros dos bairros pobres e as barreiras para passar de um para outro lado – por exemplo, a exigência policial da exibição, pelos negros, de permissões de trabalho nas zonas reservadas aos brancos. Como manifestações da resistência pacífica, seriam exibidas cenas da aula em que a professora de Sarafina diz que quem derrotou o exército de Napoleão foi o povo russo, um exemplo para incentivar o povo negro da África a lutar contra as forças militares e policiais brancas, e em que Biko discursa num estádio de futebol lotado, além da manifestação contra o ensino obrigatório a negros do idioma africâner, os boicotes aos estabelecimentos comerciais brancos. Como exemplos de resistência violenta, cenas de ataques incendiários, por jovens negros, contra escolas, e do linchamento do policial negro que colaborava com os brancos, em “Sarafina”. Como exemplo da brutalidade dos brancos, cenas da repressão às manifestações nos dois filmes e da tortura a presos políticos, com destaque para a lista final de presos políticos mortos e as falsas causas das mortes divulgadas pelas autoridades, em “Um grito de liberdade”.



Segunda pesquisa



“Amistad”. De acordo com http://www.answers.com/topic/amistad-1841, a 28 de junho de 1839, a escuna “Amistad” partiu de Havana para Porto Príncipe, também na então colônia espanhola de Cuba (não confundir com a capital do Haiti), levando uma tripulação de cinco brancos, um cozinheiro mulato e um moleque negro que atendia os brancos, mais uma “carga” de 53 escravos, dos quais quatro crianças, além de vinho, ouro, seda e selas. Os escravos tinham sido há pouco trazidos da África, violando as leis espanholas, que proibiam o tráfico de escravos.

Na quarta noite da viagem, os escravos se rebelaram e mataram o capitão branco e o cozinheiro mulato. Dois tripulantes fugiram a nado. Os dois donos dos escravos, José Ruiz e Pedro Montes, cidadãos espanhóis, foram poupados, e os escravos lhes ordenaram que pilotassem o navio rumo à Serra Leoa, de onde os negros eram originários. Ao invés disso, durante seis semanas os brancos pilotaram tortuosamente o navio rumo a Long Island, nos Estados Unidos. Ali, a 26 de agosto de 1839. o brigue “Washington”, da Guarda Costeira americana, apresou o “Amistad”, levando-o para o porto de New London, no Estado do Connecticut.

Nos dois anos seguintes, ocorreu uma batalha judicial entre um pequeno grupo de abolicionistas, que criou o Comitê do “Amistad” para conseguir a libertação dos negros e os donos dos escravos, enquanto o governo do presidente Martin Van Buren, exigia o cumprimento de um tratado de 1795 com a Espanha, que mandava devolver os bens de cada um dos dois países que fossem encontrados no território do outro país. A Coroa espanhola também era interessada no caso, pois queria processar os escravos por motim e homicídio.

O advogado dos escravos, Robert S. Baldwin, que mais tarde seria eleito governador do Connecticut, argumentou que o suposto motim tinha ocorrido em águas internacionais e assim os EUA não tinham jurisdição sobre o caso, além do que os negros haviam sido escravizados ilegalmente, pois a Espanha havia proibido o tráfico e eles haviam sido trazidos da Serra Leoa. O juiz Smith Thompson, da Suprema Corte, mas na qualidade de juiz corregedor dos tribunais federais criminais inferiores, decidiu em favor da defesa no que se referia ao motim, mas deixou para um tribunal civil decidir se os negros eram ou não legalmente escravos.

O julgamento civil começou a 8 de janeiro de 1840 na cidade de New Haven, capital do Connecticut. O presidente Van Buren, antecipando-se ao que imaginava uma sentença desfavorável aos negros, mandou ao porto de New Haven um navio de guerra para levá-los a Havana antes que pudessem apelar da sentença. O juiz distrital Andrew T. Judson, entretanto, decidiu que os negros tinham nascido livres na África e não podiam ser escravizados, portanto deviam ser devolvidos à sua terra. O governo de Van Buren apelou, mas o juiz Thompson manteve a decisão no que se refere à condição de livres dos escravos, porém decidiu também que os EUA não tinham nenhuma obrigação de conduzir os negros de volta à sua terra.

O governo de Van Buren apelou de novo, para a Suprema Corte, da qual cinco dos nove juízes eram ou tinham sido donos de escravos. Desta vez outro defensor dos negros, além de Baldwin, foi o senador e ex-presidente John Quincy Adams, atendendo a apelos dos abolicionistas. Enquanto Baldwin baseou sua defesa na legislação vigente nos EUA, que admitia a escravidão de filhos de escravos, mas não as de nascidos livres, Adams fez uma candente condenação da escravidão, baseado na Declaração de Independência dos EUA, segundo a qual os homens “nascem livres e iguais”.

A maioria dos juízes da Suprema Corte votou pela libertação e pelo retorno dos negros à Serra Leoa, mas seguiu a argumentação de Baldwin, e não a de Adams. O juiz Joseph Story escreveu a sentença, na qual declarou que os negros não eram escravos nem pelas leis americanas, nem pelas leis espanholas, e portanto não estavam incluídos entre os “bens” que teriam de ser devolvidos pelo tratado de 1795. Todos os negros optaram por voltar à Serra Leoa, tendo embarcado em novembro de 1841, e apenas uma entre eles, Sarah, retornou depois aos EUA, tendo assistido a aulas na Faculdade Oberlin. Durante vinte anos a Coroa espanhola exigiu compensação financeira dos EUA, até que desistiu, após o início da Guerra Civil americana nos anos 1860, sob a presidência de Abraham Lincoln.

Sobre os filmes “Sarafina” e “Um grito de liberdade”, como se passam na época do apartheid, caba uma pesquisa sobre essa fase da história da África do Sul.. Segundo http://www.answers.com/topic/apartheid, a palavra “apartheid”, em africâner, a língua derivada do holandês falada pelos descendentes dos colonos holandeses, significa “ato de apartar”. É a política de segregação adotada em 1948 pelo governo sulafricano dominado pelo Partido Nacional, segundo a qual haveria separação entre “brancos” e “não-brancos” – estes não podiam usar os mesmos meios de transporte, as mesmas escolas, os mesmos banheiros públicos, os mesmos bebedouros, os mesmos lugares de recreação, como parques, cinemas e teatros, que os “brancos”. A partir de 1954, a política se intensificou, com o 69 por cento de negros sendo obrigados a morar em “bantustões” em 12 por cento das terras do país, só podendo sair desses territórios só de negros, com autorizações especiais expedidas pelas autoridades “brancos”, e somente se e quando fossem requisitados para trabalhar nos demais 88% das terras do país, em especial nas minas e nas áreas reservadas aos brancos. Os “não-brancos” eram proibidos de se empregar nas profissões mais rentáveis, não podiam sindicalizar-se, nem participar do governo. Além das escolas serem separadas, também as dos “brancos” tinham padrões de ensino muito melhores do que as dos “não-brancos”.

Em meio a revoltas dos “não-brancos”, por meio de manifestações, greves e atos de sabotagem, várias vezes reprimidas violentamente pelas forças de segurança “brancas”, e mesmo com homicídios e torturas, o sistema foi abolido oficialmente a partir de 1990, mas perdurou alguns anos na prática e só foi definitivamente extinto após o estabelecimento da democracia em 1994. Seus efeitos persistem materialmente, no entanto, pois se mantêm as áreas residenciais habitadas só por negros, só por “coloridos” (mestiços), só por asiáticos e só por “brancos”, e também espiritualmente, pois nenhum dos lados se esqueceu do passado; além do que persistem as diferenças sociais e econômicas.. Cumpre notar que, embora o apartheid só tenha sido formalizado como política oficial após a independência da África do Sul, o fato é que já havia uma segregação aberta, respaldada pelas leis, sob o domínio britânico.

Já especificamente sobre o filme “Um grito de liberdade”, cabe uma pesquisa sobre Steve Biko (1946-1977), militante negro sulafricano considerado o fundador do movimento da Consciência Negra em seu país. De acordo com http://www.answers.com/topic/steve-biko, Stephen Bantu Biko nasceu numa família anglicana de King Williamstown, na Província do Cabo. Tornou-se estudante de medicina numa faculdade para brancos da cidade de Durban. Em 1968, foi um dos fundadores da Organização dos Estudantes Sulafricanos, que lutava pela igualdade de todos os habitantes do país. Casou-se em 1970 com uma então estudante de enfermagem e em 1972 foi expulso da faculdade, sob o pretexto de que ia mal nos estudos. Nesse mesmo ano foi um dos fundadores da Convenção do Povo Negro. Estava desenvolvendo seu conceito de Consciência Negra e passou a trabalhar para os Programas da Comunidade Negra, tendo sido obrigado pelas autoridades a sair de Durban e a ficar confinado a sua cidade natal, onde organizou uma filial dos Programas da Comunidade Negra, logo fechada pela polícia.

Entretanto, Biko continuou sua militância, tendo sido detido várias vezes, mas nunca foi processado judicialmente. Em 1977, foi eleito presidente honorário da Convenção do Povo Negro, da qual, como se viu, tinha sido um dos fundadores cinco anos antes. Mas, pouco depois, foi preso de novo e desta vez foi violentamente espancado pelos policiais, e morreu de danos cerebrais. Sua grande contribuição, por meio de escritos, discursos, manifestações, atividades comunitárias, foi fazer os negros saírem do ambiente cultural a que tinham sido confinados pelas autoridades brancas, um ambiente que visava lhes inculcar um sentimento de “inferioridade natural”. Biko despertou os negros para suas possibilidades intelectuais e culturais, chamando a atenção para o fato de que eram iguais às dos brancos. O título de um seu livro publicado em 1978, “Eu escrevo o que quero”, repetido como abertura de vários artigos, se tornou um lema do movimento negro. Sua morte teve grande repercussão internacional e Biko se tornou um dos grandes nomes da resistência negra sulafricana contra o apartheid, ao lado de Nelson Mandela.

Já o editor de jornal se chamava Donald Woods, branco, era amigo íntimo de Biko e publicou em 1978 a biografia “Biko”.



2ª Etapa

Elabore um Plano de Ensino, considerando os itens que o compõe, como: área, objetivos, conteúdo, recursos, duração e tipo e instru¬mento de avaliação.

Em seguida, elabore um Plano de Aula, levando em conta os itens que o compõe, como: título da aula; série; tempo necessário; in¬trodução; objetivos; recursos didáticos; organização da sala; pro¬cedimentos didáticos ou desenvolvimento da aula; avaliação; bi¬bliografia; sugestão para trabalho interdisciplinar (interação entre as disciplinas ou áreas do conhecimento).

Perceba que o Plano de Aula procura apresentar “uma previsão mais detalhada das realizações diárias, buscando a ação e dinami¬zação da proposta global do plano de ensino”. Dessa maneira, os planos de aula e de ensino se complementam. Eles devem ser elaborados visando trabalhar o seguinte tema: “História e cultura em tela: a História da África contada pela sétima arte”.

A prática se encerra nesse ponto. Você não precisará realizar a regência da aula.





O Plano de Ensino seria feito na área de História da África do ensino médio, com os objetivos de os alunos serem informados sobre a história da escravidão dos negros africanos e sobre a história do apartheid na África do Sul; o conteúdo incluiria, além de trechos dos três filmes já citados, a serem exibidos aos alunos, também uma explanação oral pelo professor e pesquisas pelos alunos. Seriam usados como recursos um aparelho de DVD acoplado a um televisor de grande tela, à qual estaria acoplado um computador, e, em seguida à aula, computadores acessíveis aos alunos. A duração incluiria uma aula que, com intervalo, ocuparia o tempo destinado a duas aulas normais de escola média, mais dois meses de pesquisa e elaboração de textos pelos alunos; a avaliação seria a partir de notas a serem dadas para os textos a serem elaborados pelos alunos depois de pesquisas na Internet, com prazo de dois meses a partir do dia da aula.



No Plano de Aula, o título da aula seria “História e cultura em tela: três momentos da História da África tal como foram contados pela sétima arte”. A série seria o primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Roldão Lopes de Barros, na Vila Mariana, bairro da Zona Sul da cidade de São Paulo. Trata-se de alunos bem preparados, no nível do melhor ensino público paulista.

O tempo necessário da aula seria o correspondente a duas aulas do ensino médio, pouco menos de duas horas. Seria necessária uma introdução geral, que abarcasse em breves linhas a história geral da África, pegando desde o passado antes de Cristo, os séculos que se sucederam de desenvolvimento autônomo até a chegada dos europeus, a introdução da escravidão colonial, o exaurimento de pessoas e força-de-trabalho, a colonização e a superexploração dos povos africanos pelas potências européias, os movimentos pela independência, os êxitos e os graves problemas pós-independência até os dias atuais. E uma introdução específica para o filme “Amistad”, em que seriam discutidos os problemas do tráfico de escravos, a partir da pesquisa acima, e uma introdução específica para os filmes “Sarafina” e “Um grito de liberdade”, em que seriam discutidos, de um lado, o apartheid, a partir da pesquisa acima, e a luta pela autovalorização dos negros sulafricanos, tal como foi encarnada pela professora de Sarafina e pelo movimento da Consciência Negra, como consta da pesquisa acima sobre Steve Biko.

Os objetivos seriam dar uma visão panorâmica da história da África, uma espécie de aula inaugural do curso de História da África, com ênfase na escravidão e no apartheid, mais estimular a curiosidade dos alunos em conhecer melhor os problemas enfrentados pelas populações africanas, e sua riqueza cultural, representada principalmente pelas cenas do depoimento do líder mandê em “Amistad”, dos cânticos e balés e da aula da professora sobre a derrota de Napoleão na Rússia em “Sarafina”, do discurso de Biko no estádio de futebol e suas discussões com o editor do jornal, em “Um grito de liberdade”.

Os recursos didáticos seriam primordialmente um aparelho de DVD acoplado a um televisor de grande tela, ao qual estaria acoplado um computador ligado à internet, o DVD para os filmes e o computador para apresentar imagens do Egito antigo e outras da história da África. A disposição da sala, por força da necessidade de acompanhar o telão, seria a mesma do dia de aulas comuns, com os alunos sentados como se fosse num cinema.

Os procedimentos didáticos seriam eminentemente combinar bem claramente cada intervenção do professor com as imagens da Internet e com os trechos dos filmes, com cada intervenção procurando despertar a curiosidade dos alunos em ver as próximas cenas do filme, que além das descritas no parágrafo dedicados aos objetivos da aula também incluiriam algumas das cenas mais contundentes de violência dos três filmes.

A avaliação, como já foi dito, seria dada por nota a textos preparados pelos alunos, depois de pesquisas na Internet, durante os próximos dois meses.

Como se trata de alunos do primeiro ano do ensino médio, a bibliografia não seria muito exigente, limitando-se aos trechos sobre a África dos livros didáticos adotados na escola, tanto de História como Geografia, o que garantiria o caráter interdisciplinar do desenvolvimento do tema pelos alunos.



Referências cinematográficas:



Amistad

Apresentado por: Dreamworks Pictures – HBO Pictures

Atores: Morgam Freeman – Nigel Hawthorne – Antony Hopkins – Djimon Hounsou – Matthew McConaughey – David Paymer – Pete Postlethwaite – Stellan Skarsgard

Música de: John Williams

Desenhista de figurino: Ruth E. Carter

Editor de filmagem: Micheal Kah, a.c.e.

Designer de produção por: Rick Carter

Diretor de fotografia: Janusz Kaminski, a.s.c

Produtores Executivos: Walter Parkes – Laurie MacDonald

Produzido por: Steven Spielberg – Debbie Allen – Colin Wilson

Escrito por: David Franzoni

Dirigido por: Steven Spielberg

Duração: 148 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

Idiomas: Português, Inglês e Espanhol

Legendas: Português, Inglês, Espanhol e Cantonês

Ano: 1997





Sarafina



Apresentado por: Miramax Films

Uma produção de: Anant Singh

Uma apresentação de: Distant Horizon – Ideal films

Em associação com: Videovision enterprises les films - Ariane Vanguard Films - BBC

Um filme de: Darrell James Roodt

Baseado na Obra teatral “Sarafina”

Música e letra de: Mbongeni Ngema - Hugh Masekela

Coreografia de: Michael Peters

Edição de: David Heitner

Cenografia: Mark Vicente

Produtores executivos: Tony Award

Escrito por: William Nicholson, Mbongeni Ngema

Produzido: pela BBC

Produzido por: Anant Singh

Dirigido por: Darrell James Roodt

Duração: 98 minutos





Um Grito De Liberdade



Apresentado por: Universal Pictures

Kevin Kline – Penelope Wilton – Denzel Washington – Richard Attenborough

Filme: Cry Freedom

Baseado no livro: Biko - Asking for trouble De: Donald Woods

Musica: George Fenton – Jonas Gwangwa

Figurino: John Mollo

Designer de produção: Stuart Craig

Editor: Lesley Walker

Coprodutor: Norman Spencer – John Briley

Diretor de fotografia: Ronnie Taylor, b.s.a.

Encarregado de produção: Terence Clegg

Produzido e Dirigido por: Richard Attenborough

Legendas: Português – Espanhol – Coreano - Inglês

Classificação indicativa: 18 anos

Duração: 157 minutos

Idiomas: Inglês Espanhol

Ano:1987



Referências internéticas


http://www.answers.com/topic/amistad-1841,, acessado em junho de 2010.

http://www.answers.com/topic/apartheid, acessado em junho de 2010.

http://www.answers.com/topic/steve-biko, acessado em junho de 2010.

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